Olá e adeus...
Todas as palavras que pensei, um dia, dizer-te me parecem agora
poucas. Todas as frases, que ensaiei durante meses, agora já não me fazem
sentido. O sentimento de ontem, tem hoje uma intensidade diferente, e por tudo
isso, o que tinha pensado dizer-te hoje, depois do nosso primeiro abraço,
deixou de estar actualizado.
Tinha pensado dizer-te que te amava. Só que dizer-te que te amo
era pouco, e agora já nada adianta. Essa era uma frase de ontem, a que hoje
nada tenho para acrescentar. Era uma frase para te surpreender, e afinal, fui
eu que me surpreendi. São assim os sentimentos. Eles, de repente, superam-se.
Uns minutos a mais e parecer que o amor desaparece. É como viver um novo
capítulo da nossa história que a vida está constantemente escrever por
nós.
Acabei de abraçar! Finalmente chegou a nossa hora. E agora, o
abraço que há tanto tempo estava prometido, nada mais é do que um passado
esquecido.
Finalmente o nosso primeiro abraço. Esperei tanto tempo por ele,
que agora, que me vesti com os teus braços, refrescando-me com o calor da
paixão que me ardia no corpo, descobri que o que nos une é apenas o frio da
ausência.
Vesti-me com o teu abraço e desenhei-te um beijo eterno nos
lábios, para que não restem dúvidas de que a tua boca um dia chegou a ser
minha, por mais que saiba que este foi o primeiro e o último beijo das nossas
vidas.
Fiquei tua, por breves segundos e sozinha para a eternidade.
Tive nos braços a liberdade de sentir o amor a percorrer todo o corpo, para de
seguida sentir na pele a chuva fria de uma despedida.
Senti-te meu, na proximidade desse sentimento, que durante meses a
fio me prometeste. Fomos vidas perpendiculares, que finalmente se cruzaram,
para logo de seguida escolherem rumos diferentes. Estiveste a meu lado e
senti-te dentro de mim. Contigo encontrei a paz e o desassossego.
Assim são, por vezes, os amores, chegam sem vontade de ficar.
Fazem-nos correr para ponte da ilusão, fazem-nos acreditar que vamos directos
para a sala das realidades, e depois mostram-nos a porta de saída. Agora que
toquei o amor, agora que lhe sentir o sabor e que me vestir com as suas cores,
posso dizer que sei o que dói amar sozinha e acordar, sem vontade, para a
triste realidade de não te sido amada.
Chegaste e o pedido era para que não partisses, mas tu, sem uma única
palavra disseste um adeus que me deixou o coração a sangrar.
Todas as palavras que fui guardando para ti, não são agora
necessárias. Para quê dizer-te tudo o que sinto, se o teu coração não me quer
escutar. Afinal são apenas frases de ilusão, que nunca se irão
tornar em doces realidades.
Comentários
Enviar um comentário