Gosto de ti, e então!

remexendo nas gavetas
procurando pelo passado
entres as coisas já caretas
encontrei num tom já amarelado
recordações de um amor já vivido
que no passado estava escondido
agora que faço com estas saudades
as saudades que retomaram para mim
tocando numa fita com cheiro de jasmim
revivi recordações dos nossos momentos
quando a nossa paixão vivia de realidades
em que o amor alimentava os sentimentos
nunca encontrando contrariedades
na época em que o dia era apressado
a noite passava demasiado lenta
nossos desejos eram muito acelerados
ao contrário da vida que era pachorrenta
em que o tudo era quase nada
o pouco nos parecia demasiado
em que o nada não nos satisfazia
e o pouco de quase nada valia
guardei aquela rosa encarnada
que me ofereceste num feriado
quando passeamos numa enseada
nas águas claras nos banhamos
sentados na areia namoramos
promessas de amor juramos
até ao dia em que nos separamos
nas recordações de cada instante
revivi o encanto da nossa paixão
sempre alimentado pela ilusão
de que no amor não haveria escuridão
que no coração não morava a tristeza
que as muralhas do desejo era a certeza
que o prazer superava a desilusão