Gosto de ti, e então!

senti o vento forte
o vento que soprava do norte
o vento que me gelou
a alma me esfriou
o vento que tudo na rua varria
a ninguém na cidade cedia
o vento que a saia me fez voar
um assobio fez soar
o vento que a poeira levantou
a visão me estragou
o vento que nada mudava
mas a todos incomodava
o vento que não sendo gente
era demasiado exigente
o vento que se torna prepotente
não deixa ninguém contente
o vento que soprava no alto da colina
onde tudo declina
o vento que a vela agita
até que o marinheiro apita
o vento que o mar revolta
fazendo o pescador vir de volta
o vento que não sendo forte
nos tira a sorte
o vento a quem a natureza exige respeito
e que o vento nem sempre a leva a peito
mesmo sendo invisível
para ele tudo é possível
o vento que não tendo força
até me atirou para a poça