Gosto de ti, e então!

o dia amanheceu cinzento
o nevoeiro estava denso
o mar estava barulhento
a chuva prometia um duche intenso
acordei de um sonho friorento
capaz de tocar com as mãos no universo
envolvida num horizonte violento
decorado com estrelas de brilho inverso
envolta na magia de um vidente
talvez tenha sido só um sonho
um sonho que não conhece fronteiras
desejando saltar as tribeiras
regressando aos tempos já idos
os que já deveriam estar esquecidos
mas onde guardei as saudades
de dias cheios de felicidades
voando nas asas de uma estrela
para poder fugir para outro lugar
onde houvesse espaço para sonhar
eliminar o medo de desaparecer
ganhando o desejo de querer
noutra dimensão poder acordar
o silêncio não me deixou falar
as palavras estavam a falhar
olhei na profundidade da vida
e fiquei mais do que convencida
que num só segundo
acordara de um sonho profundo
percebendo a realidade do mundo
desviando o olhar para o futuro
por me encantar o prematuro
não entendi o que buscava
muito menos sei o que me esperava
optei por deixar o tempo passar
porque o amanhã haveria de chegar
o nevoeiro de hoje iria acabar
a chuva iria parar
o mar deveria acalmar
o dia acordaria cheio de cor