às vezes sou tudo na tua vida
às vezes sou quase nada

nada nos momentos de partida
tudo nos instantes em que apaixonada
me sobressalto com o teu corpo
pensando que a paixão já estava morta
não esperando que batesses à porta
naquela noite em que parecia um farrapo
em que já estava adormecida
quando chegaste silenciosamente
pé ante pé, sem ser sentida
deslizando para a cama suavemente

às vezes sou tudo na tua vida
às vezes sou quase nada

tudo o que cantas na tua melodia
nada do que escreves na poesia
quando tocas acompanhado ao piano
quando escreves ao som do violino
nos dias em que sou a musa da tua cantiga
a inspiração para a tua mais celebre sinfonia
uma paixão para ti já tão antiga
como a tua música que toca na telefonia
já não sabes viver sem mim
serei a tua história sem fim

às vezes sou tudo na tua vida
às vezes sou quase nada

tudo o que vês na simplicidade da minha nudez
nada do que escondo neste simples vestido
onde encontras toda a minha safadez
num amor que se quer ver despido
ecoando no silêncio da noite a tua voz
quando me tirares a roupa com a boca
sentindo o sabor de uma paixão feroz
que de tão real até me parece louca
nas madrugadas em que és quase tudo
do nada que tenho neste mundo

às vezes sou tudo na tua vida
às vezes sou quase nada

tudo o que desejas que na noite se passe
nada do que resta na tua vida
prendida nesta paixão que parece um impasse
juramos que não mais vai haver partida
agora que a noite já vai longa
damos um último sopro nesta paixão
que no desejo que sempre se prolonga
com um prazer de cortar a respiração
nada nos impede de continuar
tudo, menos a tentação de não parar

às vezes sou tudo na tua vida
às vezes sou quase nada

Comentários

  1. Bom dia Angela
    O Poema está como eu, neste momento sinto-me um nada.
    Amei este poema!

    Bom Domingo
    Beijo

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares