Gosto de ti, e então!

fechei as magoas com as grades do meu coração
calei a dor com o som de uma melodia fantástica
ceguei o meu olhar com a magnifica visão
paralisei as mãos com uma massagem bombástica
estava já cansada de tanto sofrer
irritavam-se os olhares de pena
precisava de encontrar a luz do amanhecer
escutei lá à frente uma voz que me acena
pelo caminho pisei as lágrimas da solidão
enterrei nas valas as tristezas de uma vida
pintei a estrada de branco,
para acabar com a escuridão
trazia a certeza este era o final da dúvida
o instante em que encontrei a alvorada
o sol estava a despertar na linha do mar
eu queria encontrar no sol um camarada
para me iluminar esta nova jornada
que agora estava a começar
já livre de tudo o que foram sofrimentos
depois de ter suicidado todos os tormentos
estava agora a renascer em mim um novo ser
alguém que com a vida acabara de aprender
que a vida existe para ser vivida
os sonhos são para serem conquistados
uma lição com a mestre aprendida
um conselho como muitos que lhe foram dados
a tristeza não mais se riria de mim
o sofrimento que seria fechado numa cela
a felicidade caminharia comigo até ao fim
enquanto a magoa só olhava pela janela