sem sono, envolta em sonhos orvalhados
caminhando pela areia da praia
pensando na vida e nos momentos lembrados
acompanhada das ilusões de uma catraia
que da vida muito esperava
só tendo encontrado nela o quase nada
do muito que com a vida sonhava
escuto o som revoltado do mar
terminando na onda enrolada na areia
o mesmo mar que aprendi a amar
como qualquer garota da aldeia
que sabia que estava povoado de magoas
que era habitado por tantos medos
tantas vidas acabaram nas suas águas
guardava em si tantos segredos
mas que nesta noite pouco serena
servia de companhia aos meus pensamentos
lavando com as suas águas a minha pena
afogando nelas os meus sofrimentos
mergulhando em si os meus sonhos
de uma vida que me desiludia
deixando ali as lágrimas do meus olhos
para poder começar um novo dia
depois de mais uma noite mal dormida
escutando os ensinamentos do mar
vendo nele a boa lição de vida
percebendo que ele tinha a fama de matar
mas naquele manhã ali adormecida
vi nascer o sol por entre as suas águas
emanando dele o mais lindo alvorecer
que me fez as minhas magoas esquecer



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