olho agora para a tua cara
mas não sei o teu nome
vejo-te de forma clara
numa dúvida que me consome
quem serás tu
uma personagem desconhecida
que me parece uma companheira
uma mulher bem  parecida
que mais parece uma freira
envolta numa capa negra
teus olhos me sentenciam
o teu sorriso me alegra
os teus gestos me contagiam
vejo-te um vislumbre de magoa
um retalho de dor
uma lágrima que desagua
no teu rosto com fervor
estás embrulhada num segredo
uma imposição da tua sina
nascida com o medo
fazes da vida uma rotina
acorrentada nos sofrimentos
desalinhada no tempo
ocultas os pensamentos
com receio de mais um contratempo
nesse olhar tímido
imploras por ajuda
com um jeito contido
de quem não passa de uma miúda
não sei o teu nome
não sei de onde apareceste
a tristeza te consome
pela dura vida que não mereceste

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