sigo sem destino
numa existência sem rumo
encosto-me ao tempo sem tino
esqueço-me que ele não tem aprumo
perco-me pelos dias
encontro-me com as horas
planto algumas alegrias
para perfumarem as demoras
encontro no beco sem saída
um milagroso segundo
no instante em que estava caída
dormindo um sono profundo
escuto na sua rápida passagem
alguém chamar meu nome
com se fosse uma miragem
que me acabava com a fome
dando alento para esta jornada
como se alguém gritasse
de forma desesperada
para que eu voltasse
acordando de um sonho
ainda dormindo no passado
abrindo a medo o olho
vendo um mundo parado
à minha espera
meio mundo ali plantado
numa vida que me supera
encontrando no tempo
a rota do meu destino
brincando com este passatempo
que parecia quase divino

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