PAPEL

papel que te cruzaste no meu caminho
empresta-me uma das tuas folhas
deixa que deslize sobre ela esta caneta
deixa-me que sobre as tuas linhas
o meu pensamento se solte com carinho
estampando nessa tua cor violeta
as palavras presas no meu coração
sente em ti o cheiro intenso a tinta
observa a minha mente em mutação
libertando sentimentos, sem que nada omita
consente que as minhas mãos te acariciem
enquanto a minha caligrafia te afaga
com ousadia versos que em ti se incendeiam
na paixão que em mim se propaga
quero sobre esse teu riscado
expor todos os meus desabafos
confessar ao mundo um amor lembrado
em rimas onde constam alguns arrufos
coisas de uma mulher apaixonada
que resolveu soltar na sua poesia
uma revolta que tinha guardada
com a cumplicidade de um papel de fantasia
algumas linhas de lágrimas choradas
compostas por palavras sentidas
que no teu papel ficaram guardadas