DESESPERO



nos dias preenchidos com o vazio
da tua existência
nas horas em que sinto a tua ausência
nos segundos em que me esvazio
dos restos desta paixão
arrasto-me pelas ruas desertas
com um ar de tristeza
que enche de compaixão
os que sentem toda a minha frieza
quando passo de mão abertas
pedindo para o céu
que tu um dia para mim voltes
implorando pelo julgava ser meu
chorando subo ao cimo dos montes
pisando pelo caminho as flores
sentindo nelas o teu cheiro
mesmo não reparando nas suas cores
somente lembrado o teu jeito brejeiro
desço numa corrida louca
vou desesperada bater na tua porta
grito pelo teu nome, até ficar rouca
só mesmo a tua foto me conforta
fecho a porta, apago a luz
saio de novo para a rua
vou até onde a intuição me conduz
até à praia onde um dia fui tua
pergunto por ti às ondas
escuto a resposta revoltada do mar
nenhum deles sabe onde tu andas
desiludida e sem mais onde procurar
adormeço ali mesmo na areia
esperando pelo romper da alvorada
antes de voltar à aldeia
sentindo como uma abandonada

Comentários

  1. Um poema onde me identifico hoje. Lindo, gostei muito

    Beijo, bom fim de semana

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. Quem sabe a alvorada com sua beleza, encherá de alegria e esperanças, esse coração triste, adormecido, para o recomeço de um novo dia!
    Lindo poema!
    Um grande abraço e obrigada pela visita.
    Mariangela

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