O ROSTO DO ESPELHO



olhei-me ao espelho
estavam lá todas as minhas rugas
cicatrizes filhas do tempo
que já se passou
e que não me permitem fugas
do tempo que comigo morou
e no meu rosto desenhou
cada linha a seu gosto
uma recta marcando um desgosto
uma curva sinal de uma risada
pigmentos que conhecem em mim
a sua última morada
sinais que serão meus até ao fim
moldaram um dia
a minha felicidade
deixados aqui com ousadia
pelo caminhar da idade
não enganam ninguém
porque na face rosada
de quem já foi criança
existe agora a pele cansada
de quem tem lembrança
sendo capaz de contar as histórias
de cada uma das suas rugas
ganhas em momentos de glória
quem nem sempre foram agruras
mas fizeram com que a sua tez de cetim
tão elogiada por todos outrora
agora mais pareça um mapa
com a rota e a vivência das muitas horas
de que o seu corpo não se escapa

Comentários

  1. Boa tarde, o espelho não engana, ele diz-nos que a vida é bela para ser vivida, as rugas são os sinais do tempo absorvido com sabedoria,
    Poema é lindo e motivador para continuar a desejar o futuro.
    AG

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