QUERIA ESCREVER-TE




queria escrever que te amo nas linhas do tempo
fazendo um poema nas entrelinhas das horas
falar-te do nosso amor nas sombras do vento
empurrar a dor para brisa do mar sem demoras
mas faltaram-me as palavras e o alento
levadas pelo silêncio que passou aqui agora
roubaram-me o desejo e os sentimentos
que estavam plantados junto de uma velha nora
onde todos os dias afogava os meus tormentos
lembrei-me dos beijos que trocamos outrora
das tuas mãos, das caricias e do riso barulhento
dos pássaros que com medo se iam embora
do nosso amor a que sempre ficavas atento
da nossa paixão que não deixava nada de fora
são essas as lembranças com que me alimento
nestes instantes em que não consigo escrever
em que o tempo não me serve de argumento
em que as palavras parecem não aparecer
porque o vento se torna um avarento
e utiliza-as todas a seu belo prazer
o nosso amor ficou escondido nos segundos
do tempo que na nossa vida já passou
o poema guardado para dias mais afortunados
em que com o vento a inspiração retomou
o tempo serviu de aliado ao vento
não posso escrever nem sequer falar
por isso vou ficar aqui sentada a esperar
com uma rosa vermelha na mão
desfolharei cada uma das suas pétalas
gritando pelo amor que mora no meu coração
esperando que o vento te traga para perto delas
 

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