DE QUE SOU FEITA



de que sou eu feita
se não for de lembrança
como posso parecer perfeita
se só guardo em mim esperança
a alegria escondeu-se numa gaveta
a ousadia perdeu-se numa teia
a inocência foi roubada pela idade
todos os dias escrevo nesta caderneta
como quem escreve na areia
acreditando que vivo uma eternidade
existem em mim vestígios da infância
que parecem peças já desgastadas
roupas em que ainda existe a fragrância
das tardes que foram bem passadas
memórias guardadas numa caixa escura
com que fui construindo a minha vida
a lembrança que ainda hoje dura
da época em que a vida era divertida
de que sou eu feita
se não for destas memórias
com as quais faço as minhas histórias
que são hoje o fruto da colheita
do que semeei outrora
a imagem da criança que cresceu
e se tornou mulher sem demora
aplicando na vida tudo o que aprendeu

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