PERDIDA NO TEMPO

Perdida na linha dos anos da vida

nas teias ilusórias do tempo

descobri a minha felicidade esquecida

camuflada, por entre as horas de tormento

disfarçada, nos meses de desenganos

em que o vento, me abraçou com a ilusão

dizendo-me, que ainda faltavam alguns anos

para encontrar a chave do meu coração.

Caminhei aos sabor desses ventos

cega e sem perceber a simplicidade

sem escutar os meus pensamentos

que me queriam mostrar toda a verdade.

Esqueci-me que na vida havia amor

alimentei com tormento a minha alma

vivi chorando lágrimas de dor

nas ruas da amargura, sem vivalma

sozinha e pela vida abandonada

com o tempo como companhia

entre os trilhos do destino

que me queriam ver sozinha

refém deste tempo divino

que me deixava ao abandono.

Foi preciso encontra-lo distraído

dando instruções a um outro clono

para então ter compreendido

que a felicidade estava à frente dos meus olhos

dormindo todos os dias nos meus sonhos

enquanto sonhava com o tempo

que fazia da minha vida um eterno tormento