MEMÓRIA




Saltitei de terra em terra
subi ao cume de um monte
desorientei-me numa serra 
saciei a minha sede numa fonte
refresquei os meus pés no mar
pedi boleia a uma ave
já me doíam as pernas de tanto andar
que me encostei à sombra desta trave...
Procurava pela minha lembrança
aquela que alguém roubou de mim
andava de mão dada com a esperança
que eu queria guardar até ao fim...
São pequenos detalhes da minha vida
guardados no baú da memória
para que ela não seja esquecida
breves instantes que fizeram uma história...
São as palavras mais bonitas
São as músicas de embalar
São as danças eruditas
São os sorrisos de encantar
com que sempre impressionei o mundo
levados agora, sem razão, por este ladrão
um nobre e desconhecido vagabundo
que me tirou toda esta recordação
tudo aquilo que era meu e ele levou
para ele de nada lhe vai servir
em mim só a tristeza ficou
por a minha memória já não existir...

Comentários

  1. Soberbo poema!! Hoje identifiquei-me nele.
    Parabéns

    Deixo um beijinho e bom fim de semana.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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