DESPEDIDA



escrevi-te um poema de despedida
sem palavras sofridas
sem pressa de me sentir esquecida
sem vontade de recordar as saudades bandidas
que mesmo sem eu querer
estavam a invadir a minha alma
que sofria sem perceber
esquecendo que ali já não morava vivalma…
deixei soltar toda esta tragédia
nas rimas escritas sob a lua cheia
rindo-me como se fosse uma comédia
por julgar que era uma tristeza alheia
mas senti o vento frio de uma noite de Outono
e faltou-me o calor do teu abraço
o meu coração já não tinha dono
só o sonho ainda seguia o seu passo
sorrindo sem entender o que se passava
alheio à partida do meu amor
para ele a história continuava
apenas a minha alma sentia a dor…
disse-te adeus, em breve linhas
como quem se despede, por obrigação
um até já, como fazem as andorinhas
porque também eu alimentava a ilusão
de que não seria uma despedida
acreditava que voltarias na Primavera
trazendo nas mãos uma rosa vermelha
enquanto eu ficaria aqui à tua espera
sem medo de ficar mais velha
aquecendo a mágoa na esperança
de que tudo ficaria diferente
esta partida seria só a lembrança
de um corpo que agora estava ausente
mas que amanhã já estaria aqui
ilusões de uma sonhadora
que na escrita sua dor diminui

fugindo do destino de sofredora
que a vida lhe ofereceu
mas que ela nunca compreendeu...

Comentários

  1. Poema soberbo, mas triste, mas os tristes são os mais belos,amei


    Beijo, bom feriado.
    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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