SOLIDÃO



existem na tua solidão
as palavras que em silêncio calas
existem nesse coração
as dores de que ninguém falas
as memórias dos beijos que deste
as recordações das promessas que te fizeram
as histórias das viagens que não fizeste
as lembranças das carícias que te deram
guardas as palavras de cada gesto
mantens as silabas que tocaram tua pele
calas silenciosamente tudo o resto
que na solidão o desgosto expele
a tua garganta calou um dia
os gritos que a desilusão libertou
as magoas que ninguém escutaria
de um amor que já acabou
e que para a solidão te conduziria
hoje sozinha, afagas a tristeza
fechas os olhos para a carência
nas noites de Inverno sentes a frieza
que gela esse corpo em demência
tocas na tua pele aveludada
sentes nela o cheiro
de uma manhã de Verão, agora lembrada
em que juntos rolaram em devaneio
no quarto, pelo chão
jurando um amor que parecia eterno
e que agora é a memória de uma desilusão
companheira da solidão, que é o teu inferno
onde escondes em silêncio a tua dor
libertando em segredo as lembranças desse amor


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