VIDA



A vida passa por mim devagar
Desfilando no comboio dos sonhos
Enquanto eu fico inerte a vê-la passar
Ali, sem pressas, à frente dos meus olhos
Carruagens cheias, sem um lugar
Pessoas desconhecidas, rostos tristonhos
Transportam as suas vidas, sem reclamar
Seguem viagem, fogem de destinos medonhos
Vão sozinhas, sem ninguém para as acompanhar
Faz frio, nesta noite escura
Fiquei triste, porque ouvi uma criança chorar
Sentada ao lado da mãe, vivia a sua tortura
Fugiam ambas, de algo que as estava a matar
Porque és tão triste vida e não tens pressa
Porque desfilas nos meus sonhos, sem nada dizer
Ontem quando passaste deixaste uma promessa
Hoje voltaste de novo e tudo está por acontecer
Todos dias fico aqui nesta estação
Vejo passar este comboio, a quem não peço boleia
Está escuro e eu tenho medo da solidão
Não gosto de desconhecidos, prefiro a minha aldeia
Aqui não há sonhos, mas há rostos conhecidos
Vivemos do nada que aqui existe, sem ilusões
Um dia pela vida, nesse comboio seremos metidos
Levando na bagagem uma mão cheia de emoções
Que cultivamos durante esta nossa passagem
Pelo mundo dos sonhos que não nos deu coragem
Para um dia travar este comboio maldito
Que transporta tudo o que é interdito

Comentários

  1. Bom doa Angela

    Lindo de mais este comboio da vida.

    Beijo e um dia feliz

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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