SONHO IMAGINÁRIO



Navego num sonho imaginário
Fujo de um castigo
Rendida a uma mágoa
Sinto na minha alma um desvairo
De quem se perdeu nesta paisagem
Neste ondular do mar da vida
Onde não encontro porto de abrigo
Onde existe uma lagoa sem água
Onde lavei o rosto, limpando a imagem
Tirei o pó da saudade
Limpei as olheiras do desgosto

que há muito tempo me enegreciam o olhar
Tentei enganar a idade
Colocando um brilho no rosto
mostrando algo que o coração queria tapar
Empurrei o sentimento
Obriguei-o a mudar de rota
Não encontrava razão para o lamento
Não tinha explicação para a derrota
nem sequer havia batalha
Vi no sonho um aviso
Senti na pele um sopro de felicidade
Uma mensagem de que nada é acaso
e de que a sorte tarda mas não falha
há um destino que semeia a verdade
sem definir nem tempo, nem hora
era chegado aquele momento
De fazer uma viagem, sem hora marcada
Numa vida que não perdoa a demora
levando na bagagem o sentimento
e a vontade de viver uma sina já agendada
Neste jardim sempre em construção
Onde se diz que não existem coincidências
Onde se procura algo sem explicação
Que chega até nós com todas as evidências

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