MORRO SEM MORRER



Morro sem morrer
Ao tempo estou acorrentada...


Há uma cegueira que não me deixa ver
Há muralha que me faz condenada!

Dias em que as horas são consumidas
A ver passar o maldito tempo
A sentir que ficam aqui reprimidas
As emoções que seriam um passatempo...


Um passado tantas vezes recordado
Uma má sorte tantas vezes lamentada
Um amor que partiu e ficou recalcado!
Esta solidão mesmo no meio da multidão,
Em que todos os dias me sinto abandonada...


Uma pergunta que fica sem explicação!
O rascunho do poema escrito sobre o passado
Uma lágrima que cai sem conhecer a razão
Para o capricho deste destino já cansado
Que me segue sem que o possa impedir...


Morro sem morrer
Escrevo sem saber escrever!


Lamento a vida que tenho
Renego a cegueira que não me deixa ver.

Porque o destino é mais de que um engenho
Que poucos conseguem perceber!


Por isso, eu vou matando o tempo...
Desenhando palavras nas linhas da vida
Tornando-me guerreira neste contratempo
Em que a escrita é uma batalha vencida
Para não me deixar morrer enquanto estou viva!

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