Quis mudar a pele que está colada ao meu rosto, pesando que ela poderia ser uma máscara, queria mostrar ao mundo uma face com as marcas da vida, espalhar as serpentinas coloridas dos sonhos pelas ruas deixando feliz aquele que chora num beco sem saída, arrastando para a folia o pedinte que tremia com frio no vão das escadas.
Só depois percebi que o meu rosto não é uma máscara e a imagem da minha alma e ela não gosta de Carnaval, não se disfarça de palhaço, nem troca a capa de diabo pela de anjo da guarda,durante três dias.
Ela chora, tanto de alegria como de tristeza em qualquer dia do ano, mostra sempre o que é para não causar engano, a sua máscara é o meu coração que nunca encontrou um disfarce com a sua medida e por isso continua a usar o fato com que nasceu.

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