O DONO DO MUNDO



Nasci, quando o tempo
Ainda não conhecia a pressa...


As palavras caminhavam ao sabor do vento.
Na época em que se cumpria a promessa.
O mundo não elogiava a beleza!
Os homens não eram cegos.
Desta cegueira que nega a pureza!


Aprendi a construir com legos.
A desenhar as histórias
Inventadas pelo sábio escritor
Que fazia dos sonhos as minhas memórias.


Até ao aparecimento de um traidor
Que navega ao sabor do calendário.
Obrigou-me a contar os dias.
Negou-se a dar-me o tempo necessário
Roubou-me assim as minhas fantasias.

Dize-me que a vida é cinzenta.
Que não há Primavera, só Outono.
Que o mundo lhe pertence, é seu dono
E eu sou apenas a sua ferramenta
Para comandar esse mundo.


Que já viveu sem as malditas horas.
Mas que agora está quase moribundo
Rendido a todas as suas regras....

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