O MEU MEDO



Sabes, o meu medo desapareceu
Fugiu, foi para outro corpo
Partiu, num barco à deriva que aqui apareceu
Afogou-se, naquelas águas turvas
Sem, sequer ter percebido
Que se perdera, numa das muitas curvas
Da estrada, por onde um dia tinha aparecido...


Sabes, desta vez não fiquei a chorar
Foi bom, vê-lo partir
Agora, não tenho mais porque me lamentar
E também, já não tenho o medo para sentir
Até posso caminhar livre, sem ter que mentir
Como medo que o medo possa aparecer
E acabe com a minha emoção...


Agora, vou é festejar, por ele desaparecer
E eu ficar livre, para viver, sem lhe dar explicação
Sabes, o meu medo morreu
Afogado nas suas próprias mágoas
E com ele levou todos os lamentos que me ofereceu
E que agora vejo a navegar naquelas águas...

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