AOS POUCOS
aos poucos vou perdendo a morada
vou deixando de saber onde moro
vagueio pelas ruas ao acaso
transporto uma alma que anda desencontrada
de um coração que perdeu o dono
e caminha por uma vida sem prazo
perco-me em becos sem saída
encontro-me em ruelas vazias
sinto-me sozinha e perdida
vestida com todas as minhas utopias
passos lentos
pensamentos e desenganos
olhares desatentos
e o corpo carregado de danos
é o que resta de tudo o que fui
um fantasma sem eira nem beira
a quem a casa um dia ruiu
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