O amor é assim









Se decidires esquecer-me, lembra-te de que um dia eu existi. Lembra-te que um dia entrei na tua vida, para ficar. Tatua essa lembrança na tua alma. Assim, jamais duvidarás de que um dia me amaste.


Se me esqueceres, o que eu duvido, tem cuidado. Sabes, a memória é matreira. Por vezes, faz-nos recuar às lembranças dos momentos em que fomos felizes. E então, pode acontecer, contra a tua vontade, que num desses momentos a lembrança te faça recordar os nossos beijos. Ficaste com o sabor deles na tua boca e nunca mais encontrará quem te beije, como eu te beijei. Quererás apagar as marcas dos meus abraços, e, por mais que lutes contra a força da memória, não serás capaz de esquecer o calor dos meus braços quando eles te apertavam contra mim. Só te restará a lembrança dos momentos em que nos tornávamos num só.

Há uma magia no amor que é eterna. A magia dessa paixão que te enfeitiçou.

Há instantes na nossa história, que nunca serão passado. Há momentos que vivemos que sempre serão presente. Lembranças que a memória do que já fomos, que não te deixarão esquecer-me.

Se decidires esquecer-me, é bom que tenha sempre presente, que antes de pertenceres ao futuro, já foste meu. E então, por mais futuro que tenhas à tua frente, ao teu lado sempre caminhará a recordação dos dias em que nos amámos, como se não existisse amanhã.

Quando decidires esquecer-me, lembra-te de que serei para sempre a tua sombra. A sombra sorridente do amor que sentimos. A imagem que está no outro lado do espelho. Por isso, todos os dias quando te vês ao espelho também me vês a mim.

O amor é assim. Faz da lembrança a sua eternidade. Agarra-se à esperança de que um dia tudo possa voltar ao que já foi.


@angela caboz  

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