A história poderia ser eu
A história poderia ser eu. Poderia despir-me e mostrar todas as marcas que o tempo deixou em mim. Contar nestas linhas as marcas que me foram feitas pelo sofrimento. Despejar todas mágoas que carrego no coração e que não me deixam voar.
Podia escrever sobre o passado. Podia inventar um futuro. Poderia até passar sobre o presente para não deixar que mais memórias se escondessem nesta bagagem pesada que carrego sobre os ombros.
Eu seria a personagem principal de uma história, da qual só conheço o início. Um drama feitos de tantos capítulos incompletos. De histórias tristes que se encaixam na minha história sem sorrisos.
Poderia ser essa a história que eu pensei em escrever. Poderia contar quem sou. Esconder-me de quem fui. Tornar-me em quem nunca serei.
Mas esta história, não sou eu. Esta é a história deste corpo que caminha ao acaso sobre a linha da vida, sem que ela por vezes lhe faça sentido. É a história que alguém escreveu, nas linhas do destino a vida lhe concedeu.
Esta é a história do que sonhei. Retalhos dos momentos que vivi entrelaçados com sonhos em que me perdi. É a escultura da alma que sou e a imagem do coração com que sinto todas as palavras que dançam nas linhas rectas da folha em que escrevo uma história colorida de uma vida que por vezes vivi.
@angela caboz
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