"amo-te miúdo tonto"







Anda, vamos almoçar fora.

Anda, vamos dividir durante mais umas horas os nossos sorrisos. Partilhar os nossos carinhos. Tenho saudades de sentir a tua mão na minha, de saborear os teus lábios a tocarem os meus. De sentir a tua perna a tocar a minha por baixo da mesa enquanto almoçamos. Do beijo que me roubas entre o prato principal e a sobremesa, do abraço com que puxas para ti enquanto esperamos pelo café.

Quero ficar colada a ti ali na esplanada a ver o mar. Apesar do Verão se ter despedido e do Inverno nos começar a acenar, quero sentir que o sol está a sorrir para nós dois, dizendo que está feliz por assistir ao nosso amor. Quero sentir no rosto o vento suave que me refresca a emoção de ter sentido as tuas mãos nas minhas costas, os teus dedos a desenharem linhas invisíveis que a minha pele sentiu.

Anda, vamos desafiar os olhares do mundo que nos observa enquanto nos tocamos. Os olhares de reprovação pela cumplicidade que partilhamos, até parece que amar é pecado.

O nosso amor não é demais, nem de menos, não é crime, nem ofensa. É somente a maneira de nos sentirmos mais próximos e mais unidos de corpo e alma.

É o grito de liberdade dos nossos corações. Que nem sempre terá a forma mais discreta de se manifestar. Tudo porque existem em nós emoções que não conseguimos sufocar. Sentimentos que têm vontade própria, mãos que não conseguimos parar e palavras que não podemos calar.

O nosso amor é um sentimento bonito que o mundo não compreende. É uma maneira diferente de observar esta paixão que deu cor a nosso mundo que era cinzento e passou a ficar colorido.

Tu sabes que não devíamos e eu sei que não podemos, mas o mundo não nos pode chamar de criminosos. Porque só estamos a viver o que sentimos, e não há uma gota de mentira em qualquer dos nossos gestos, estamos a ser completamente verdadeiros.

Há um amor que é uma fogueira que arde nas nossas almas. Um lume que foi ateado pela paixão que encontramos numa encruzilhada dos nossos destinos quando nos decidimos a escolher esta estrada do amor que soou mais forte aos ouvidos dos nossos corações.

Agora os nossos corpos dançam o bailado de um sentir que não aceita ser contrariado, e queremos dividir com o mundo, mesmo que sejamos censurados.

@angela caboz
In "Amo-te miúdo tonto" 
DL:411877/16 ISBN:978-989-691-503-2
 

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