Quis roubar-te um beijo!




Quis roubar-te um beijo!

Quis desenhar-te um amo-te nesses lábios que andavam sedentos do nosso amor. Quis dar-te o que a distância não nos permitia. Quis encontrar esse sentimento que era intenso que me fazia rebolar de desejo, sem que te pudesse tocar. A vida tinha criado essa barreira invisível entre os nossos corpos, e eu, vivia sufocada pela paixão que gritava por ti a toda a hora. Tu estavas do lado de lá e eu do lado de cá, mas a força do nosso amor transpunha todos esses obstáculos, e por isso, eu sonhava roubar-te um beijo, muito antes de te poder ter só para mim.
Ignorei todas as distâncias, o tempo e todos os outros argumentos que a vida continuava a espalhar pelos nossos dias. Ignorei tudo, porque o nosso amor tinha asas e podia voar, levando-te até onde a paixão nos empurrava. Por isso, eu podia abraçar-te para além dos nossos braços. Esquecia as barreiras que os nossos olhos viam, mas que os corpos não reconheciam, e era nesse espaço só nosso, que o mundo não era capaz de ver, que eu te queria roubar um beijo. Era nesse espaço, criado pela nossa ilusão, que tu me esticavas a tua emoção, deixando a nu o teu desejo, que tantas vezes me emprestou o beijo que eu sonhava roubar-te.
Mas, eu quis mais do que roubar-te um beijo.
Quis escrever-te um amo-te com palavras que fossem só nossas, aquelas que fomos inventado para escrever a nossa história. A história que tu conseguiste ler, antes mesmo de, eu a ter escrito. A história que eu escrevia sem saber, dando corpo a uma personagem que não sabia onde procurar, até ao dia que olhei para a minha vida e te vi a olhar para mim, com olhos de quem já me amava há algum tempo.

@angela caboz

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