O PERFUME DA LIBERDADE
Pela manhã senti o perfume
De cada verbo que seria conjugado
Para libertar as partículas deste queixume
Que em mim estava guardado
Neste dia, que não seria mais um dia
Mas sim, a celebração da mudança
Para despir a mascara da fantasia
Onde guardo as dores da lembrança
Vou soltar os verbos oprimidos
Fazer ecoar os sons que me cegavam
Impedindo-me de soltar os desejos sentidos
Que as palavras até agora calavam
Escolhi-os cuidadosamente, um a um
Queria que fossem os mais fortes
Não podia faltar nenhum
Tinham que fazer valer os meus dotes
Respirei esta fragrância de liberdade
Que chegava na penumbra do amanhecer
Agarrei-a com as duas mãos, antes que fosse tarde
E o destino a fizesse desaparecer
Ficou entranhada na minha pele
Cravada nos meus sentimentos
Há muito que esperava um momento como aquele
Para acabar, de vez, com todos os tormentos
Comentários
Enviar um comentário